terça-feira, 26 de julho de 2011

Bloody Rhodes - Conto 4 - "Uma Noite no Fanfare II"

- Eu não deveria estar aqui Andrew. – disse Jacob arrependido, enquanto olhava para seu copo de bebida.
- O quê?  - respondeu Andrew, que não entendeu nada, em virtude da música alta.
- Eu disse que não deveria estar aqui! – gritou Jacob, bem na orelha do amigo.
- Qual o seu problema Jacob?Sua namorada te deixou, te deu um pé na bunda, se livrou de você... E você prefere ficar em casa chorando que nem menina ao invés de ficar aqui no bar enchendo a cara e traçando todas as meninas que aparecerem – debochou Andrew levantando o copo e olhando fixamente para um grupo de garotas do outro lado do bar - Tem certeza que você é homem Jake?
- Vai se fuder Andrew!Minha Rachel não me deu um pé na bunda... Ela só disse que queria dar um tempo tá legal?Um tempo! Ela não me traiu nem nada, e ficando aqui eu estou ferindo a confiança que ela tem em mim.
- Humm...sério? – debochou Andy, claramente bêbado.
- Você não entende Andy...nunca teve uma namorada, uma gata legal que se importasse contigo. – respondeu Jacob transtornado.
- Olha o seu tempo ali atrás gostosão! – Andrew aponta para a pista de dança. Jake engole seco. Rachel estava dançando um homem no meio da multidão... Ele torce por alguns segundo para serem só amigos... Mas amigos não se beijam daquele jeito. Amigos não se esfregam daquele jeito... Amigos não colocam as mãos por dentro da saia das amigas.
- Vadia! – gritou Jake, com lágrimas nos olhos, socando o balcão.
- Tá vendo Jay Jay? Eu te disse que “dar um tempo” era código pra “quero dar pra outros caras mais fortes e com carros melhores que o seu” – disse Andy.
- Calaboca Andy! – Jacob se segurou para não acertar um soco no amigo... Ou na vadia.
- Mano, deixa que eu resolvo isso pra você... Oscar! Manda mais duas bebidas pro meu amigo aqui,
O barman se apressa e logo aparece com mais dois copos de vodka para Jake, que vira os dois em questão de segundos. Jake olha uma ultima vez para a pista de dança... Rachel já não está mais visível. Ele pede mais dois copos.
- Sabe do quê mais mano?Você tá certo, num vou ficar aqui chorando as pitangas em por causa daquela puta!Vamo farrear, porra! – bradou Jacob, batendo o copo com força no balcão.
Assim começa a cruzada de Jacob Roberts em busca de uma transa fácil, que ele nem lembrará no dia seguinte por causa das quantidades cavalares de álcool que está ingerindo.Ele passa várias horas sondando as garotas na boate.Andy logo arranja uma disposta a alguma diversão e sai com ela para o estacionamento, para encontrar um lugar mais reservado e, nas palavras do próprio, fazer a noite valer a pena. Jake fica sozinho na caçada, mas não desanima.Depois de vários “nãos”, alguns copos de bebida jogados em seu rosto e um soco nos testículos, Jake finalmente encontra a garota perfeita...ou pelo menos é isso que ele acha.Cabelos castanhos escuros, lisos e curtos, passando um pouco da altura do pescoço; Usava uma calça jeans surrada e uma jaqueta de couro falso, por cima de uma camisa xadrez vermelha.Ele se aproxima da moça, que estava sentada perto da janela, observando o movimento do lado de fora.
- Oi linda. – disse Jacob, completamente bêbado  - eu estava pensando se...
- Não estou interessada... Some daqui. – respondeu a garota, ríspida.
- Não faz assim... Desse jeito você me... - a garota agarra o pescoço de Jake com sua mão direita.
- Machuca? – respondeu a garota, apertando o pescoço de Jake com muita força.
- Humm... Assim você me deixa com tesão – retrucou Jake lambendo os beiços.
Antes de pensar em quebrar os dentes do infeliz, a garota observa algo pela janela. Seus olhos brilham... Ela solta o jovem bêbado e segue em direção a saída do clube...
- Ei!Você não vai fugir de mim tão fácil! – disse Jacob, cambaleando por causa da falta de ar e do álcool.
- Se me seguir, morre. – rebateu a garota mostrando sua Glock 9mm presa a cintura.
- (Glup) pode ir – respondeu o garoto, paralisado.
Jacob vê a garota correndo em direção a porta... A noite acabou para ele. Estava tudo bem levar vinte “nãos” em uma festa repleta de garotas bêbadas e teoricamente fáceis... Mas ser ameaçado de morte, era um pouco demais para ele. O jovem cambaleia até o balcão e pede mais algumas bebidas. Queria esquecer essa noite. Depois de alguns copos, ele encosta a cabeça no balcão e espera sua consciência se esvair. Jake desmaia no balcão.

O chão treme. Os pilares oscilam. A música pára. Os clientes do Fanfare de Sr. Louis olhavam assustados para os lados, sem saber o que estava acontecendo de fato. Mais um tremor, dessa vez vindo junto a um barulho de explosão. A confusão toma conta do lugar. Seria um terremoto talvez?Eles não ficariam lá para descobrir. Todos correm desesperadamente para a saída do clube. Alguns saem ilesos, outros são pisoteados no caminho. Mais um tremor, muito mais forte que o anterior, também acompanhado pelo barulho de explosão. Quando a maior parte dos fregueses sai do Fanfare, Oscar, o barman, sai de debaixo do balcão. Aquele lugar iria abaixo em breve, não era seguro esperar o tremor passar, e agora ele não tinha o risco de ser pisoteado. Quando está saindo, Oscar observa um ultimo cliente ainda deitado com a cabeça encostada no balcão.Ou Jake estava morto, ou estava em coma alcoólico.
- Acorda seu maluco!!O lugar todo vai desabar!Quer morrer? – gritou Oscar desesperadamente.
- Hunf... – resmungou Jacob, confuso demais pra conseguir pronunciar qualquer coisa.
- Vem aqui, se apóia em mim. – disse Oscar tentando levantar Jacob. – Você não vai morrer aqui hoje.
- Obh...gadi – Jake mal conseguia se mexer, quanto mais falar ou andar.
Os dois tentam chegar até a porta. Oscar quase se arrepende de ter ajudado o garoto. Bêbados pesam muito, e se ele estivesse sozinho, já teria saído do prédio. Outra explosão e outro tremor. Jacob e Oscar caem. De repente, o barman vê uma rachadura no chão, e sente pancadas abaixo do solo. Alguma coisa está tentando sair dali debaixo .
O chão se parte. Do buraco, sai uma espécie de morcego gigante cinzento, que cai bem do lado de Oscar e Jake.O barman observa horrorizado o monstro enquanto o jovem bêbado permanece jogado no chão, sem conseguir se mexer.Oscar se aproxima da criatura.Era irreal.O monstro tinha cerca de dois metros e altura, deveria pesar mais de duzentos quilos.Tinha olhos completamente negros e pele cinza e pálida, como a de um cadáver.Possuía dentes e garras muito afiadas e longas.Estava muito machucado e não respirava, possivelmente estava morto.Tinha sete buracos de bala no peito e um na cabeça.Seu braço esquerdo estava quebrado e suas asas, iguais as de um morcego, estavam rasgadas.Todo o corpo estava chamuscado e com marcas de queimaduras.As costelas pareciam estar quebradas, e uma das pernas havia sido arrancada.Completamente sem ação por causa do medo, Oscar não percebe mais dois desses monstros saindo do buraco.Estes, ao contrário do defunto no chão, não estavam tão machucados.E pareciam estar com fome.Um deles avança violentamente no barman tentando morder seu pescoço, mas antes que pudesse  chegar em sua presa, o Caçador Cinzento sente alguém segurando suas asas.Elijah Jackson puxa a criatura pelas asas, e depois a joga com força no chão. Eli pisa na cabeça do monstro, que é completamente esmagada. O segundo Caçador tenta atacar Jackson, que o segura pelo pescoço e o lança em direção ao buraco. Quando está caindo, a criatura é acertada por seis tiros no peito. A pele se rasga e o sangue jorra. Jason Rhodes sai do buraco, coberto de poeira, fuligem e sangue.
- Essa era minha jaqueta favorita... – resmungou Rhodes
- Esse foi o último Caçador Cinzento. Agora falta só o líder.
- Quanto tempo temos até que ele chegue?
- Trinta e quatro segundos a partir de agora.
Jason observa o barman deitado no chão junto ao Jake. Oscar estava atônito.
- O que a gente faz com eles Eli?
- Oscar, se esconda atrás do balcão!LOGO! – A voz de Ely soou com um tambor nos ouvidos de Oscar, que não pensou duas  vezes, correu para atrás do balcão, arrastando Jacob junto.
O silêncio reinou absoluto por um momento, até que uma voz o rasgou.
Brian Johansen, tenente do Padrinho começa a sair do buraco, levitando.
- Você é um rapaz muito escorregadio Elij... – tiros preencheram o salão. Antes que Johansen saísse por completo do buraco, Jason descarregou sua .44 na cabeça do infeliz. Brian Johansen salta furioso na direção de Rhodes, apenas para ser repelido pelo imenso punho de Jackson. Brian é arremessado alguns metros, mas consegue recuperar o equilíbrio e cair de pé. Os oponentes se fitam. Elijah Jackson está ferido, possivelmente não consegue enxergar com o olho esquerdo e seu joelho direito sangra muito. Jason Rhodes está com o braço esquerdo inutilizado e deve ter quebrado quase todas as costelas, além de estar com a metade do seu rosto queimada. Brian Johansen está com o pulso direito quebrado e com o ombro direito deslocado, alem de estar com seis buracos de bala em seu rosto.
- Como eu estava dizendo... Você é muito escorregadio Jackson. – disse Brian olhando fixamente para Rhodes, temendo levar outra rajada de tiros.
- A sua sorte é que eu tenho que recarregar. – resmungou Rhodes enquanto carregava sua Colt. – senão eu ia te meter mais seis tiros na cara, seu viado.
- Eu passei óleo antes de você aparecer Johansen, queria estar gostoso para o nosso momento especial – zombou Elijah.
- A brincadeira acabou aqui seus vermes! – Grita Johansen enquanto uma aura de energia negra se formava a sua volta. Sou corpo começou a se moldar. Sua pele clara se tornou negra como asfalto, seus cabelos longos e loiros ficam brancos e seus olhos azuis, vermelhos. Estacas de osso se formam em seus cotovelos, joelhos e punhos. Assas de morcego crescem de suas costas.Seus músculos dobram de tamanho.
- Odeio vampiros com complexo de desenho japonês... Essas transformações não me intimidam... Babaca. – brincou Rhodes.
- Cuidado com ele Tom... Ele não ia mudar de forma fora da parada gay se isso não tivesse alguma importância – riu Elijah.
- O nome agora é Jason cacet... – Rhodes não teve tempo de responder... Johansen voa em altíssima velocidade acertando com a estaca de seu joelho o estomago de Jason, que grita de dor. Elijah salta e tenta acertar um soco em Brian, que se esquiva sem dificuldade.
- Seu amigo devia aprender a falar menos Elij... – o discurso de Brian é novamente interrompido por uma rajada de balas, dessa vez todas acertam sua boca.
- Cala a boca e luta, Caralho! – Jason se levanta, colocando as tripas pra dentro.
Johansen tenta falar alguma coisa, mas os tiros de Rhodes destroçaram sua mandíbula. Eli se joga contra Brian e lhe aplica um abraço de urso. Jackson sente as costelas do inimigo se quebrarem. Brian lança uma rajada de energia através dos olhos, que vara o peito de Eli, que cai no chão, se contorcendo. Jason puxa uma faca do que restou do casaco e perfura o abdome de Johanson, que urra. Johanson tenta acertá-lo com socos, chutes e rajadas oculares. Alguns golpes ainda acertam Rhodes, mas ele continua cortando e furando incansavelmente. Brian segura o braço esquerdo de Jason fortemente com uma mão, e prende seu pescoço com a outra. Ele puxa o braço, arrancando-o, e dá uma cabeçada no desmembrado Jason Rhodes, que é arremessado cerca de três metros, enquanto o sangue jorra de onde deveria estar seu membro decepado. Jason cai no chão imóvel e sem gritar.
“Esse já era... Só falta o gordo agora” pensou Johansen.Quando Brian olha para frente, Elijah está de pé.O ferimento no peito ainda sangra muito.
- Vem me pegar, coisa feia.
Brian ataca Jackson como um animal selvagem, e acerta duas cotoveladas no peito de sua presa. Elijah não deixa por menos, e castiga brutalmente seu algoz, com socos, cabeçadas e chutes... Mas não é o suficiente. Logo, Elijah cai.
“Missão concluída. Os traidores estão mortos” pensa Brian. “Agora é só dar cabo dos mortais que escondidos atrás do balc...” Johansen se vira pra trás. Elijah levanta e agarra o inimigo pelas costas, imobilizando-o.
- Lição do dia filho da puta – Jason salta com a faca na mão e perfura o olho direito de Brian, que se debate, mas não consegue se libertar de Jackson – NUNCA – Jason perfura o esquerdo. – DÊ AS COSTAS – Jason começa a dilacerar o rosto do inimigo com as presas, enquanto afunda e gira a faca no olho do infeliz– PARA JASON RHODES!! – Jason afunda a faca até seu pulso passar pelo buraco do olho, quebrando o crânio, por conseqüência. – Você pode morrer no processo - Brian se debate por mais alguns segundos, mas logo os espasmos cessam. Ele está morto. Eli solta o corpo e senta no chão. Jason começa a limpar o sangue da cara.
- Minha teoria estava correta... Ele não era tão durão por dentro quanto por fora.
- E o seu braço?
- Depois eu colo ele de volta. E seu olho?
- Ainda tenho o outro... Eu estava pensando em trocar esse mesmo... Tava dando defeito. Qual seu plano agora?
- Você está a salvo por enquanto... A gente arranja um lugar seguro pra você ficar por enquanto, e eu vou atrás do Padrinho e do Ghastey pra me vingar dessa merda toda. Ou você pode viajar comigo...
- Dispenso... Você é charmoso, mas não gosto tanto de você assim... Acho que vou pro meu clube no Texas, lá eu devo estar seguro.
- Tem certeza? – disse Rhodes acariciando o mamilo com o único braço que lhe restava.
- Tenho – Elijah riu.
- Vamos beber pra comemorar então... Oscar, me trás um drink aí – gritou Rhodes, fitando o balcão do barman, enquanto procurava seu braço e sua arma.
O medo tomou conta de Oscar. Ele estava entre monstros. Monstros sanguinários. Certamente eles iam matá-lo se ele não fizesse o que pedem. Tremendo muito, ele pega uma das poucas garrafas inteiras jogadas no chão e dois copos, e anda lentamente até os dois vampiros. Rhodes se aproxima do barman, que se urina.
- Valeu Oscar, mas eu não bebo isso aí – Rhodes sorri e acerta um tiro na cabeça de Oscar, e se lança no pescoço do cadáver. – Vou deixar um pouco pra você Eli.
- Isso não era necessário, eu tenho um depósito de sangue em uma das salas secretas do clube... Certamente alguns sacos devem ter resistido às explosões.
- E como eu ia saber? – debochou Rhodes - O que fazemos com o bêbado ali?
- Deixa ele em paz, com certeza está bêbado demais pra lembrar-se de qualquer coisa que tenha visto aqui... Além disso, Jacob teve um dia difícil hoje.
- Se você diz. – Rhodes se dirigiu até a porta do clube e escuta sirenes – Os bombeiros estão chegando, melhor a gente sumir...
Elijah põe Jake nas costas e se dirige a uma porta secreta. Rhodes segue.
- Isso vai dar no sétimo nível, o abrigo mais abaixo a aquele em que você me encontrou mais cedo. Lá tem sangue e roupas limpas.
- E o corpo dos Caçadores Cinzentos e do Johansen?
- Vai explodir junto com o resto do prédio aqui em cima.
    O elevador desce para o sétimo nível do subsolo, enquanto explosivos levam o que sobrou do Fanfare abaixo. Jason fechou os olhos e escutou o barulho das explosões... Pensou na dificuldade que foi matar Johansen... Pensou no Padrinho, que agora além de saber que ele estava vivo, estaria furioso com a morte de um de seus tenentes... Pensou que tudo isso era apenas o começo... Ele olha pra sua velha Colt .44 e suspira.
- Vou precisar de uma arma maior...

3 comentários:

  1. Man, tô me limpando do sangue que pegou em mim!
    Sangrento, brutal e o melhor, não consegui premeditar os fatos! o/
    Realmente, ainda não está previsível, tô gostando.
    Piegas a -66 ºC. haeoihaeoihaeoiae
    Curti, na moral, espero que esse comentário chegue. ;x

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  2. Confesso que achei a cena da luta meio confusa. Mas descrever cenas de luta em narrativas é uma tarefa ingrata e complicada, é muito raro eu realmente gostar de alguma xD
    Os personagens estão criando uma personalidade sólida, você está conseguindo trabalhar bem cada um.
    Esse capítulo ficou um tanto pesado, e não tem a mesma medida de humor dos anteriores, mas era necessário pra história andar. Tente deixar a ação menos "carregada" nos próximos, mais fluida e focada nos diálogos em vez das descrições.

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  3. Eu tô com o Marco quanto às cenas de luta, mas eu dificilmente gosto de alguma, mesmo em filmes. Eu gosto da luta com alguma sutileza, como nas cenas mano-a-mano do filme Tróia. Cenas com revólver e perseguição não entram na minha cabeça. xD

    É bom que o Jason seja um "vampiro de verdade", matando porque deu sede. Isso é bacana.

    O tempo presente é bom pra cenas de ação. Era isso que eu ia comentar num outro, não lembro qual, em que o tempo verbal ficou meio confuso. Eu deixaria o passado só pras digressões. Jason is a badass. xD

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